sábado, 20 de abril de 2013




Sobre uma praça em versidão e um sanduiche de tarde

Sabemos que formação de público é um problema cultural e social em nosso país, mas após passar uma temporada em cartaz durante um mês em uma praça escondida no bairro do Macedo em Guarulhos, com uma peça de teatro acontecendo nas noites de sábado e domingo, chegamos em outro resultado do que estamos acostumamos a ver. Tivemos público! Sim, amigos, artistas, parentes, pessoas do bairro e outros. Mas tivemos público durante toda temporada, isso pode ser efeito de uma divulgação com flyer e redes sociais? De informação boca a boca(alguém passa informação para um amigo que passa para outro...)? No fim tivemos público.
Nosso grupo de teatro frequenta a Praça Madalena Pardo Cantó a quase dois anos. Seria este o motivo por uma boa temporada? Talvez, mas o público frequentador da praça em sua maioria foi minoria nas apresentações, porque a maioria deles eram mais frequentes em ensaios durante o processo de criação. O que deveria ser comum para nós, soa estranho. Estranhamento bom, pois esta sensação de ter público nesta temporada é ótima, mas pode ter sido um fato isolado desta temporada da peça “VERSIDÃO”.
Durante está temporada me perguntei: Será que teremos público bom no próximo fim de semana? Sim acabei ficando um pouco otimista. Pensando durante a temporada também, me peguei em outras reflexões. Mas o que é que hoje tem “casa cheia”? Estádio de futebol ( sim, até 12 mil pessoas é sinal de lucro), Cinema (em Shopping Centers), grandes shows com músicos e peças com atores conhecidos da grande mídia. Isso diz muito sobre industria e produção independente. Não queria cair na armadilha que nossa temporada foi boa porque temos um público talvez, mesmo porque sabemos que grandes espetáculos da industria cultural mantém seu público cativo. E isto não é uma comparação, são apenas dados para se pensar. Esta é só uma das reflexões que ficou desta temporada. Parafraseando Jorge Furtado no curta“Sanduiche”, de verdade “seria ótimo” resolver e entender a matemática da formação de público, “é seria”.

Rodrigo Pignatari

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